Contexto Histórico de Roraima

Atravessado pela Linha do Equador, Roraima é o único estado brasileiro localizado no hemisfério norte, e sua capital Boa Vista é a mais distante do Distrito Federal. Junto com os estados do Amazonas, Rondônia, Pará, Amapá, Mato Grosso, Tocantins, Acre e oeste do Maranhão, Roraima integra a Amazônia Legal, totalizando 59% do território brasileiro e 65% da Amazônia em seu conjunto (SOUZA, 2009), sendo 70% do seu território reservas indígenas, que abrigam oito etnias. Mesmo tendo grande parte do seu território destinado às comunidades indígenas, o estado possui segundo dados do IBGE (2010), dos 450.479 habitantes, apenas 55.922 indígenas, o restante, são imigrantes das diversas regiões do país, principalmente da região norte e nordeste, e também estrangeiros vindos da Venezuela e Guiana Inglesa.

Tendo se tornado Estado Federado do Brasil em 1988 com a Constituição da República, Roraima vive ainda de forma intensa sua construção econômica, social, cultural e política. Assim como o restante da Amazônia, a história de Roraima é marcada por práticas exploratórias que buscavam apropriar-se de suas riquezas naturais, provocando a imigração de brasileiros e estrangeiros e a morte de muitos indígenas que aqui viviam. Em busca de riqueza e de melhores condições econômicas, muitas pessoas vieram e ainda vêm para este canto desconhecido do Brasil. No entanto, grande parte das pessoas que migram para Roraima, em maioria para a capital Boa Vista, após algum tempo, retornam para os seus estados de origem, ou, seguem para outros estados, tornando a construção de uma identidade e roraimense um entre-lugar (BHABHA, 2003) constante. Uma identidade que se inventa a partir do encontro e do convívio entre as várias culturas que por aqui passam, ou ficam. Roraima é como diria Canclini (2006), um local fronteiriço, não pela sua localização geográfica, mas, por abarcar em seu território elementos culturais de todo o Brasil e dos países vizinhos (Venezuela e Guiana Inglesa), que se relacionam sem uma definição exata, ou um processo de hibridação, sendo de lugar nenhum e de todo o lugar ao mesmo tempo.


Em 1830, o Capitão Inácio Lopes de Magalhães instalou a “Fazenda Boa Vista”. Em 1890, o Governador do Amazonas, Coronel Augusto Ximenes de Villeroy, criou através do Decreto nº 049, em 9 de julho de 1890, o Município de Boa Vista do Rio Branco, hoje capital de Roraima. Foto: Acervo de Francisco Cândido.

Em 1877, muitos nordestinos deslocaram-se para outras regiões em busca de meios de sobrevivência. O êxodo do vale do rio Branco foi intenso, e diariamente atracavam em Boa Vista barcos trazendo famílias vindas dos Estados do Ceará, Pernambuco, Piauí, Maranhão, e Paraíba, o que acabou sendo fundamental para o desenvolvimento da pecuária, agricultura e garimpo. Foto: Acervo de Francisco Cândido.

Boa Vista – Roraima

Planejada no período entre 1944 e 1946 pelo engenheiro civil Darcy Aleixo Derenusson, a organização das ruas lembram um leque, em alusão às ruas de Paris, na França.