Vontade de representação

Passo no vestibular pra Filosofia na UFAM, e aí eu dou uma parada né, até me formar eu fico em Manaus, durante cinco anos de 80 a 84, nesse período já havia um sentimento nacional de pôr fim a ditadura, que já tinha durado 16 anos, e eu me engajo nesse movimento, não só no movimento de ativismo político, mas em movimentos de defesa dos negros, que eu sempre me considerei negro, embora não seja preto, mas eu sou negro, e também nesse  momento em Manaus está se formando o Movimento Alma Negra e eu me engajo também nesse movimento, no movimento na criação do jornal Porantim, que era em defesa dos índios,  enfim eu volto pro brasil com sede de cidadania, com sede de mudar o país, e esses cinco anos em Manaus, e fazendo filosofia, então que era uma coisa bem diferente dos meninos de Boa Vista, que tinham saído pra estudar fora, saíram pra estudar veterinária, medicina, engenharia, então estudar filosofia já era uma coisa diferente, mas porque eu queria isso né, eu queria ser um pensador da minha terra, então a filosofia veio a calhar.