Movimento Roraimeira

No início da década de 1980, um grupo de artistas em Roraima dá início a um movimento cultural – que recebeu o nome de Movimento Cultural Roraimeira – apresentando uma série de espetáculos e eventos de música, dança, poesia, exposições de pintura & fotografia, todos com temática fortemente regionalista. O Movimento Cultural Roraimeira acontece quando o estado vive um período de intensa imigração de diferentes partes do país e, também, da Venezuela e Guiana Inglesa, recebendo principalmente imigrantes nordestinos que vêm trabalhar no garimpo de ouro, tendo estes a ilusão de melhorar significativamente as condições econômicas em que viviam, e, até mesmo de obter uma riqueza imediata. Esse momento foi marcado pela violência e a morte de muitos indígenas, pois grande parte dos garimpos eram localizados em terras indígenas. Diante deste cenário e aliado a situação de transformação do Território Federal de Roraima em Estado (1988), o Movimento Roraimeira, por meio de alguns artistas, dentre eles Eliakin Rufino, Zeca Preto e Neuber Uchoa, buscava em um primeiro momento, exaltar as riquezas naturais de Roraima e valorizar a forte contribuição dos povos indígenas para a formação cultural local. Segundo o pesquisador Oliveira et. al (2009), três elementos impulsionaram o movimento estimulando as produções entre 1984 e 2000, são eles: o ciclo garimpeiro da segunda metade da década de 1980; o crescimento demográfico acelerado; e a transformação do Território Federal de Roraima em Estado em 1988. Após o ano 2000 o grupo se separa centrando suas produções de forma individual, as quais traziam um olhar crítico para os problemas ambientais e culturais vividos no estado.